Coisa boa isso que aconteceu comigo agora há pouco. Olhei pra uma estante recheada de CD´s aqui em casa e fui dar uma inspecionada. Há tempos atrás, eu tinha o hábito de comprar muito CD, consumia música em quantidade. Hoje, continuo ouvindo muito, por outros meios - o mundo mudou... pois é.
Ao olhar rapidamente entre tanta variedade lá disponível, separei 11 discos pra escutar. Não que sejam todos maravilhosos, desconhecidos, raros ou alguma coisa assim. Mas olhar as capas e encartes, ouvir as músicas novamente, isso traz de volta memórias, seja em forma de pensamento ou sentimento. Música, em especial, tem esse efeito sobre mim. Os sons despertam a minha memória. Pra outros, talvez sejam imagens. Ou cheiros. Enfim...
O disco que escutei e me deixou feliz:
Maquinarama, do Skank. É muito legal. É de 2000. Mas é da época em que o Skank - talvez - fosse a maior banda do Brasil, com "hits" tocando na rádio, e tinha um show ao vivo poderoso, por conta disso. E, com esse disco, deu um passo corajoso, na minha maneira de ver, fazendo algo sofisticado em termos de som e gravação, e até mesmo em opção estética. Os timbres dos instrumentos, a gravação e produção eu acho ótimos. E gosto especialmente das letras. Por exemplo:
A última Guerra
( Samuel Rosa - Lô Borges - Rodrigo F. Leão) Duas luas sobre a Terra
Apoiadas nos meus ombros Iluminam os escombros
Da nossa última guerra
Seu amor seca hidroelétricas
Corrompe os melhores diáconos
Seu amor esquenta os átomos
E rompe com a minha métrica
Seu amor justifica a crueldade
Troca o caminho do tempo
Seu amor muda o curso do vento Ilumina toda a cidade
E a poeira
Não deixou de cair
Passeia aqui através de mim
E encontra assim o fim (da guerra em nós)
Enfim. São coisas assim que fazem um dia legal.